Em abril, o Brasil ganhou destaque internacional devido a um crime semelhante a outros já ocorridos mundo afora. O chamado massacre de Realengo chocou o país, principalmente por vitimar crianças dentro de um espaço de crescimento e proteção. Também provocou discussões sobre as causas da atitude do atirador: genética, religião, doenças mentais, bullying. Não faltaram opiniões sobre medidas preventivas a tomar: proibição do porte de armas no país, instalação de detector de metais nas escolas, criação de programas de saúde pública para casos de distúrbios mentais. Passado o primeiro impacto, no entanto, especialistas começam a atribuir o comportamento do atirador a um conjunto de fatores (e não a apenas um), o que também pediria um conjunto de soluções. Como você avalia esse tipo de crime?
TEXTO II
O roteiro da tragédia de Realengo, que paralisou o Brasil anteontem, repete cenas vistas há 15 anos em Dunblane, na Escócia. Os disparos do ex-líder escoteiro Thomas Hamilton mataram 16 estudantes entre quatro e seis anos de idade e uma professora, relatou a Folha em 14 de março de 1996.
Em março de 1997, um homem armado com um rifle matou oito crianças, um professor e a diretora de uma escola primária em Saana, capital do Iêmen. A polícia conseguiu prendê-lo - era um motorista de ônibus escolar, que praticou a chacina como vingança após ser demitido.
Em maio de 1998, aconteceu a tragédia de Springfield (Oregon), na Costa Oeste dos Estados Unidos. Um rapaz de 15 anos disparou contra os colegas, no restaurante de uma escola pública. Matou um aluno e feriu outros 24. Nos meses anteriores, outros seis casos tinham ocorrido nos EUA.
O episódio mais conhecido da série ocorreria em abril de 1999: o massacre da Columbine High School, em Littleton (Colorado). Dois jovens armados com pistolas semiautomáticas e explosivos mataram 12 estudantes e um professor antes de cometerem suicídio. O caso foi levado ao cinema: inspirou "Tiros em Columbine", de Michael Moore, vencedor do Oscar de melhor documentário de 2003, e o drama "Elefante", do cineasta americano Gus Van Sant.
Depois disso, as cenas se repetiriam em vários Estados americanos e em outros países: Japão, Alemanha e Argentina, por exemplo.
[Texto adaptado. Folha de S. Paulo, 9 de abril de 2011, C5]
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